Não me lembro quando foi a primeira vez em que ouvi falar sobre Maria
Madalena, mas acredito que tenha sido nos meus primeiros anos de vida
lá nos anos 90, nos quais ainda frequentava a igreja com a
minha mãe. Há, no entanto, essa sensação de que sempre soube
assim como sempre soube sobre Jesus. Da mesma maneira que sempre
soube sobre ela e Jesus, sabia também que, Madalena era uma
pecadora (seja atribuído
esse pecado ao passado como suposta prostituta ou
possuída por espíritos malignos)
arrependida e não servia muito como exemplo de conduta. Aceitei isso
como verdade por muito tempo, uma vez que, não me importava o
suficiente para questionar. Da igreja católica, passeei pelo templo
das testemunhas de Jeová com minha avó, por diversos cultos evangélicos, por
entidades filantrópicas cristãs, etc, até que, desisti de procurar
uma religião pois, não era capaz de
concordar com nada do que eu ouvia e não havia uma forma, para mim,
de permanecer onde não havia um mínimo de identificação. Antes de ser
uma pessoa em busca de um sistema de crença, sempre fui uma grande
fã de história. Passava horas cheias de contentamento lendo sobre a
Grécia, Roma e o Egito antigos, os panteões e os seus deuses,
mitologia nórdica, anglo-saxã, africana, persa, mesoamericana, sul-americana…
enfim, dentro dessas tradições pagãs eu percebia mais equilíbrio entre criador-criatura-comunidade-ambiente do que as atuais que pregam – quase
unanimemente – uma soberania masculina (cis e hétero e branca) em detrimento as minorias e o incentivo a acumulação capitalista que por si só elimina a ideia de união porque estimula a desigualdade social e a exploração da natureza. Como, conscientemente, corroborar com isso? Demorou anos para que eu compreendesse que religião não tem nada a ver com espiritualidade. E mais anos ainda para construir essa espiritualidade. Acreditar, para mim, sempre foi difícil. Sou uma criatura meio arisca com tudo o que não é tangível, quantificável, conspícuo. E sejamos honestos, quantas guerras e fortunas por aí não são construídas em cima da crença sem questionamento dos outros? (e do seu desespero?).
Eu busco por um Deus que seja amor, gentileza e respeito. Compassivo e conciliador. Um Deus que me ajude a ter coragem e confiança para viver num mundo tão vil e obscuro. Eu procuro por um Deus manso, iluminado e seguro. Uma fortaleza. E acredito que Jesus e Madalena tenham sido grandes representantes desse Deus.
E é sobre ela que escreverei aqui.
Eu busco por um Deus que seja amor, gentileza e respeito. Compassivo e conciliador. Um Deus que me ajude a ter coragem e confiança para viver num mundo tão vil e obscuro. Eu procuro por um Deus manso, iluminado e seguro. Uma fortaleza. E acredito que Jesus e Madalena tenham sido grandes representantes desse Deus.
E é sobre ela que escreverei aqui.
Sejam bem-vindas e bem-vindos.
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